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mil livros para festejar o saci
O lançamento da primeira edição impressa do livro Cadê a Perna do Pererê? (Editora Cântaro) foi previsto para o dia 30 de outubro de 2024, véspera do Dia do Saci, com participação dos músicos Érico Viensci (voz e violão) e Vilmar Smidarle (voz e viola). Na performance de lançamento, destacam-se uma leitura feita pela própria autora e a interpretação de composições de autoria dos próprios músicos e de Rosy Greca e Joanita Ramos, como letrista.
A intenção de lançar o livro com apresentação musical, além da leitura realizada pela própria autora, é valorizar, por meio de um momento festivo, a importância do nascimento de um novo livro, da leitura e do folclore brasileiro – sobretudo o mito Saci Pererê.
O local escolhido foi a Casa da Cultura, principal espaço cultural do município de Campo Largo, sendo esse um primeiro de vários “encontros com a autora” dentro da meta de distribuir mil livros gratuitamente a estudantes de escolas públicas.
No mesmo município, uma leitura do livro pela autora, no dia 02 de novembro de 2024, incluída na programação da semana “Lixo Zero”, no Parque Cambuí, reforçam a intenção de valorizar o personagem protetor das matas.
Mitologia brasileira associada a inclusão
O livro chama a atenção para o fato do Saci, uma das figuras mais queridas da mitologia brasileira, ser não só preto, como também PCD (pessoa com deficiência). Assim como é preto o Negrinho do Pastoreio – personagem mitológico que foi escravizado e, segundo a lenda, castigado até a morte por não ter conseguido encontrar um potro perdido.
O livro dá recursos a professoras e professores para utilização do folclore brasileiro como estímulo a conversas que atualizem as noções de escravização e propiciem abordagens sobre a diversidade humana.
Além de oferecer às crianças um pouco de poesia e ilustrações de qualidade, o objetivo é estimulá-las à aceitação de si mesmas e dos colegas, em suas peles de diversos tons e em seus corpos, ainda que sejam "fora de padrão".
Uma protagonista com que crianças “diferentes” também possam se identificar
Em “Cadê a Perna do Pererê?” Joanita Ramos conta a história de Sofia, menina leitora preta. Ao descobrir que o Saci Pererê não tem uma perna, a garota pede ao Negrinho do Pastoreio que vá em busca do membro perdido. Ao final da história, revela-se que Sofia, assim como o Saci, também teve uma perna amputada, o que não a impede de viver com alegria, utilizando os recursos da ciência para uma vida permeada de atenção, afeto e imaginação, como é o direito de qualquer criança.
Democratização
A obra também está disponível em versão digital, mas segundo a autora, o melhor modo de democratizar a literatura infantojuvenil é distribuir o livro físico gratuitamente a crianças da escola pública, pois muitas ainda não têm acesso a meios digitais ou não têm a cultura de consumir livros eletrônicos.
O Projeto foi aprovado com o apoio da Prefeitura de Campo Largo e realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo – Ministério da Cultura – Governo Federal. A intenção, que a autora encara como desafio, é empreender novos projetos, sensibilizar gestores e obter apoio para que o livro chegue a crianças de todo o Brasil, e gratuitamente aos alunos de escolas públicas.
Livro interativo
"O Saci sumiu com cinco estrofes do livro". Assim começa o convite para os leitores entrarem na fantasia e completarem a história colando no livro as estrofes resgatadas com a ajuda do Negrinho do Pastoreio. Além de adesivos com cinco estrofes para a criança inserir nas páginas certas, o encarte vem com figurinhas dos personagens que elas poderão colar no seu caderno ou onde escolherem.
Sobre a autora
JOANITA RAMOS é jornalista, escritora, diretora de produção cultural e educadora. Mestre em Educação pela UFPR. Entre os vários prêmios e homenagens recebidas destacam-se o título Jornalista Amigo da Criança, concedido pela Rede Andi/Unicef e Fundação Abrinq, por textos em defesa da infância e adolescência no Brasil; o Troféu Dignidade Solidária (1999), como Jornalista Destaque; e o Prêmio Outras Palavras, de Obras Literárias, da Secretaria de Estado da Cultura/PR, pelos textos Patraca, o Palhaço Astronauta e Tíbeti, o Gnomo, escritos por ela para crianças. Também foi finalista da primeira edição do Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo e professora convidada de pós-graduação em Jornalismo Literário da Academia Brasileira de Jornalismo Literário - ABJL. Além disso é integrante de uma família interracial e avó de uma menina parda chamada Selena.
“O Dia do Saci em 31 de outubro é, ou deveria ser, uma festa mais significativa para os brasileiros do que o tradicional ‘Hallowen’, pois o Saci é um dos nossos mitos defensores da natureza, assim como Curupira, Boitatá, Caipora e outros."
Joanita Ramos
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